"Caminhando juntos na jornada da autodescoberta."

O Papel do Acompanhamento Terapêutico (AT)

Salientando a participação dos alunos do curso de AT em DQ na elaboração deste artigo, são eles:

Danyelle Argemira Guimarães Fernandes, graduanda em Psicologia na UNIP Campinas -sp

Eadred de Lima Ribeiro – graduanda em Psicologia pela FAC 3 – Campinas – SP

Henrique Castanheira – graduando Psicologia na UNIP – Campinas – SP

Leonardo Maia dos Santos, graduando em Psicologia na UNIFRAN – Franca – SP

Samuel de Souza Ferreira, graduando em Psicologia pela FAC 3 – Campinas – SP

Viviane Pires Poggetti, graduanda em Psicologia pela FAC 3 – Campinas – SP

    No último artigo, dissertamos sobre como o profissional de acompanhamento terapêutico surgiu, seus primeiros passos, as demandas, os fundamentos e a necessidade dessa profissão. Neste texto propiciaremos uma melhor compreensão sobre o papel do AT e parâmetros a serem seguidos dessa atuação na saúde mental, seja de dependentes químicos, seja de transtornos mentais e outras especificidades como no atendimento a idosos, crianças, pessoas com deficiências, entre outras modalidades.     

       Para isso, é importante entendermos o papel desse profissional atuante tanto em períodos de crise aguda, como em períodos crônicos de angústia e estagnação. Sua prática é destinada àqueles pacientes acometidos por transtornos mentais ou por sofrimento psíquico e também engloba pessoas portadoras de necessidades especiais cujas demandas transpassam os limites de hospitais e clínicas (Reis Neto, Pinto & Oliveira, 2001).

    O tratamento clínico desenvolve-se através de uma interação familiar e com o acompanhado em encontros definidos que objetivam a facilitação do processo terapêutico para conduzi-lo rumo a uma autonomia e resgate de si mesmo, principalmente na sua vida cotidiana e reintegração sócio-psíquica. As atribuições feitas pelo AT coloca-o de imediato no campo da problemática ligada ao manejo de estratégias de ressocialização e reabilitação do indivíduo, assim como resgate de autonomia e decisões do dia a dia. Esse profissional torna-se um mediador de relações do paciente desde rotinas diárias, incluindo questões de autocuidado e independência até na interação em relações sócio-interacionistas e familiares. Ainda torna-se um agente facilitador na busca do autoconhecimento e transformação pessoal.

      Com uma diversidade de práticas, com a orientação no cuidado com um vínculo de inclusão e pertencimento e com escuta, é feita essa interação em procurar saber qual o melhor modo de conduzir a experiência junto com o acompanhado. Sendo utilizado hoje como um serviço multidisciplinar, a equipe completa as circunstâncias do próprio trabalho, na medida em que o AT é chamado para resgatar um vínculo e a oferecer uma escuta ao sujeito que acompanha, sendo uma atividade terapêutica. Seguindo um processo de teorização sobre a prática clínica, Pitia & Santos descrevem:

“O trabalho do terapeuta AT como forma de acolhimento que opera na produção da (re)colocação do sujeito na realidade urbana, encontrando espaços onde a cidade incorpora a conexão da pessoa à sua organização psíquica e à dinâmica social. As saídas pela cidade, preferencialmente fora dos lugares conhecidos do paciente e já cristalizados pelo hábito, aumentam suas possibilidades de concretizar articulações no social, como sujeitos que exercitam sua potencialidade vital.”   (PITIA & SANTOS, 2005)

     Marco & Calais (2012) definem essa ocupação terapêutica com uma aliada ao processo de manutenção de vínculos sociais e na colaboração ativa e atuante no bem estar biopsíquico social do indivíduo afetado por problemas de saúde, os quais podem ocasionar incapacidades de prosseguimento em ambientes de trabalho, de estudo e mesmo de manutenção de estrutura familiar e autocuidado.           

          Além disso, o espaço de manejo não restringe-se ao físico, de modo que ultrapassa limites de consultórios e atendimento a domicílio.  O AT atua em uma dimensão em movimento, não fixando-se em locais, porém abrangendo campos de atuação. “O movimento do AT junto ao sujeito acompanhado é uma parte fundamental desse tipo de atendimento, à qual vem somar-se a escuta clínica que, em seus diferentes matizes, está presente em todo tipo de psicoterapia.” (REIS NETO, PINTO & OLIVEIRA, 2011). Esse profissional com o tempo passou a ser visto não apenas como uma alternativa à internação, mas também como uma ferramenta na demanda da exploração conjunta do espaço público, pessoal e familiar no atendimento das necessidades de estratégias de inter-relações. Um trabalho cuja carga horária específica de atendimento varia de 2 horas diárias até 24 horas dependendo do projeto terapêutico estabelecido. Em um trabalho individual ou conjunto a uma equipe, essa carga horária dependerá do número de membros da equipe, da disponibilidade da família, dos honorários e da particularidade de cada caso. Trabalhando em uma complexa rede de apoio em atividade contínua com psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, cuidadores, além da própria família do acompanhado e suas relações afetivas compostas por amizades e relações profissionais. Essa conexão de relações precisa muito ser considerada em todo o manejo terapêutico principalmente a adesão da família quanto ao processo de reinserção psíquico-social.

           Quanto à atuação do AT na adição, texto que será melhor explicitado no próximo artigo desta mesma revista, conforme ressaltam Reis Neto, Pinto & Oliveira:

“Finalmente, o sujeito adicto pode apresentar duas manifestações básicas: estar ou não interessado em abandonar as drogas. No caso de haver esse interesse, o AT pode funcionar como um apoio para que resista à tentação. Poder-se-ia dizer, porém, que, nesse caso, o AT é apenas um vigia, ou uma babá, mas não é bem assim: enquanto o AT oferece apoio, uma série de trocas significativas se estabelece entre ele e o sujeito, trocas que podem levar a modificação considerada benéfica para a cura, sob diversos pontos de vista teórico clínicos. A maior parte disso pode ser válida também no caso do sujeito adicto que não manifeste o desejo de abandonar a droga. Porém, como aconteceria em qualquer outra modalidade psicoterapêutica, nesse caso, haveria uma dificuldade a mais, qual seja, a de procurar criar no sujeito senão o desejo de abandonar a droga, pelo menos o desejo de se tratar, o que, de outra forma, tornaria vão todo o esforço terapêutico.”   (NETO, PINTO & OLIVEIRA, 2011)

       Ainda seguindo as palavras dos mesmos autores, o AT pode exercer um limite divisor ao uso de substância pelo acompanhado, quando este possui o desejo de não utilizá-las, sempre considerando a ética profissional de não forçar tratamento a quem não o deseja. De forma que seu trabalho precisa do respeito ao vínculo e confiança do acompanhado e da mediação com a família atendida.

         As práticas desses profissionais precisam ser problematizadas para que esse campo de trabalho viabilize novas constituições de sentido e experiências agregadas. Criando novos espaços, novos campos, novos conhecimentos em uma nova constituição de sujeito. Sabemos que em seus primeiros passos, o profissional tinha uma certa liberdade de atuar em terrenos que ninguém sabia como o processo de tratamento seria feito, entretanto atualmente essas concepções são ampliadas e melhor esquematizadas quanto a um trabalho conjunto e multidisciplinar e integrado com outros saberes. Citando Silva & Silva, temos novas funções do AT de acordo com as referências bibliográficas citadas pelos autores, em mundo com movimentos sociais e com uma consciência desperta, são elas:

“1. Na terapêutica para famílias (Teixeira; Dename; Balduino, 1991); 2. Na produção de documentários, filmes e curta-metragens (Sereno, 1997); 3. Em intervenções clínicas e reflexões éticas (Barretto, 1998); 4. Na constituição de “repúblicas” e casas de passagem (Cauchick, 2001); 5. Na implicação da escola na inclusão de alunos (Gavioli; Ranoya; Abbamonte, 2001); 6. Na inclusão de jovens que praticaram delitos (Almeida et al., 2003); 7. Na crítica às mídias e criação de sentidos do/no espaço urbano (Silva, 2003); 8. Em intervenções de “cunho social” (Pelliccioli; Guareschi; Bernardes, 2004); 9. Como dispositivo da reforma psiquiátrica (Cabral; Belloc, 2004); 10. Na criação de novos encontros entre instituições de saúde e usuários (Palombini, 2004).”     (SILVA & SILVA, 2006)

    Nessa visão, podemos pensar na postura imprescindível da entrada do A.T. em serviços públicos, de modo articulado com políticas públicas e projetos terapêuticos multidisciplinares e interdisciplinares pré-definidos da mesma forma que a precisão de sua  adesão aos Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), hospitais Dia e centros de reabilitação como um direito subsidiado para todos aqueles que tiverem essa demanda. (Palombini, 2004; Pelliccioli, 2003). No próximo artigo, discutiremos mais sobre essas dimensões clínico, político e sociais assim como a caracterização desse profissional. Delinearemos a postura ética que o AT precisa estar comprometido e ainda qual o perfil psicológico, competências, habilidades que esse profissional precisa possuir. Prontos para encaixar-se nesse novo campo de atuação? Aguardem o próximo artigo e descubram…

Referências Bibliográficas

MARCO, Mariana Nunes da Costa; CALAIS, Sandra Leal. Acompanhante terapêutico: caracterização da prática profissional na perspectiva da análise do comportamento. Rev. bras. ter. comport. cogn.,  São Paulo ,  v. 14, n. 3, p. 4-18, dez.  2012 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452012000300002&lng=pt&nrm=iso>. acesso em  05  set.  2020.

PITIA, Ana Celeste de Araújo; SANTOS, Manoel Antônio dos. O acompanhamento terapêutico como SILVA, Alex Sandro Tavares da; SILVA, Rosane Neves da. A emergência do acompanhamento terapêutico e as políticas de saúde mental. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 26, n. 2, p. 210-221,  June  2006 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932006000200005&lng=en&nrm=iso>. acesso em  05  Setembro.  2020.  https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000200005.

REIS NETO, Raymundo de Oliveira; TEIXEIRA PINTO, Ana Carolina; OLIVEIRA, Luiz Gustavo Azevedo. Acompanhamento terapêutico: história, clínica e saber. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 31, n. 1, p. 30-39,    2011 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932011000100004&lng=en&nrm=iso>. acesso em  05  Setembro  2020.  https://doi.org/10.1590/S1414-98932011000100004.

SIMÕES, C. H. D. A produção científica sobre o acompanhamento terapêutico no brasil de 1960 a 2003: uma análise crítica. Campinas, SP: [s.n.], 2005.estratégia de continência do sofrimento psíquico. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.),  Ribeirão Preto ,  v. 2, n. 2, ago.  2006 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762006000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  05  set.  2020.

https://www.holiste.com.br/o-papel-acompanhante-terapeutico/      acesso em 05 Setembro 2020

http://cadernodopsicologo.blogspot.com/2013/06/acompanhamento-terapeutico.html    acesso em 05 Stembro 2020

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Salientando a participação dos alunos do curso de AT em DQ na elaboração deste artigo, são eles:

Danyelle Argemira Guimarães Fernandes, graduanda em Psicologia na UNIP Campinas -sp

Eadred de Lima Ribeiro – graduanda em Psicologia pela FAC 3 – Campinas – SP

Henrique Castanheira – graduando Psicologia na UNIP – Campinas – SP

Leonardo Maia dos Santos, graduando em Psicologia na UNIFRAN – Franca – SP

Samuel de Souza Ferreira, graduando em Psicologia pela FAC 3 – Campinas – SP

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    No último artigo, dissertamos sobre como o profissional de acompanhamento terapêutico surgiu, seus primeiros passos, as demandas, os fundamentos e a necessidade dessa profissão. Neste texto propiciaremos uma melhor compreensão sobre o papel do AT e parâmetros a serem seguidos dessa atuação na saúde mental, seja de dependentes químicos, seja de transtornos mentais e outras especificidades como no atendimento a idosos, crianças, pessoas com deficiências, entre outras modalidades.     

       Para isso, é importante entendermos o papel desse profissional atuante tanto em períodos de crise aguda, como em períodos crônicos de angústia e estagnação. Sua prática é destinada àqueles pacientes acometidos por transtornos mentais ou por sofrimento psíquico e também engloba pessoas portadoras de necessidades especiais cujas demandas transpassam os limites de hospitais e clínicas (Reis Neto, Pinto & Oliveira, 2001).

    O tratamento clínico desenvolve-se através de uma interação familiar e com o acompanhado em encontros definidos que objetivam a facilitação do processo terapêutico para conduzi-lo rumo a uma autonomia e resgate de si mesmo, principalmente na sua vida cotidiana e reintegração sócio-psíquica. As atribuições feitas pelo AT coloca-o de imediato no campo da problemática ligada ao manejo de estratégias de ressocialização e reabilitação do indivíduo, assim como resgate de autonomia e decisões do dia a dia. Esse profissional torna-se um mediador de relações do paciente desde rotinas diárias, incluindo questões de autocuidado e independência até na interação em relações sócio-interacionistas e familiares. Ainda torna-se um agente facilitador na busca do autoconhecimento e transformação pessoal.

      Com uma diversidade de práticas, com a orientação no cuidado com um vínculo de inclusão e pertencimento e com escuta, é feita essa interação em procurar saber qual o melhor modo de conduzir a experiência junto com o acompanhado. Sendo utilizado hoje como um serviço multidisciplinar, a equipe completa as circunstâncias do próprio trabalho, na medida em que o AT é chamado para resgatar um vínculo e a oferecer uma escuta ao sujeito que acompanha, sendo uma atividade terapêutica. Seguindo um processo de teorização sobre a prática clínica, Pitia & Santos descrevem:

“O trabalho do terapeuta AT como forma de acolhimento que opera na produção da (re)colocação do sujeito na realidade urbana, encontrando espaços onde a cidade incorpora a conexão da pessoa à sua organização psíquica e à dinâmica social. As saídas pela cidade, preferencialmente fora dos lugares conhecidos do paciente e já cristalizados pelo hábito, aumentam suas possibilidades de concretizar articulações no social, como sujeitos que exercitam sua potencialidade vital.”   (PITIA & SANTOS, 2005)

     Marco & Calais (2012) definem essa ocupação terapêutica com uma aliada ao processo de manutenção de vínculos sociais e na colaboração ativa e atuante no bem estar biopsíquico social do indivíduo afetado por problemas de saúde, os quais podem ocasionar incapacidades de prosseguimento em ambientes de trabalho, de estudo e mesmo de manutenção de estrutura familiar e autocuidado.           

          Além disso, o espaço de manejo não restringe-se ao físico, de modo que ultrapassa limites de consultórios e atendimento a domicílio.  O AT atua em uma dimensão em movimento, não fixando-se em locais, porém abrangendo campos de atuação. “O movimento do AT junto ao sujeito acompanhado é uma parte fundamental desse tipo de atendimento, à qual vem somar-se a escuta clínica que, em seus diferentes matizes, está presente em todo tipo de psicoterapia.” (REIS NETO, PINTO & OLIVEIRA, 2011). Esse profissional com o tempo passou a ser visto não apenas como uma alternativa à internação, mas também como uma ferramenta na demanda da exploração conjunta do espaço público, pessoal e familiar no atendimento das necessidades de estratégias de inter-relações. Um trabalho cuja carga horária específica de atendimento varia de 2 horas diárias até 24 horas dependendo do projeto terapêutico estabelecido. Em um trabalho individual ou conjunto a uma equipe, essa carga horária dependerá do número de membros da equipe, da disponibilidade da família, dos honorários e da particularidade de cada caso. Trabalhando em uma complexa rede de apoio em atividade contínua com psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, cuidadores, além da própria família do acompanhado e suas relações afetivas compostas por amizades e relações profissionais. Essa conexão de relações precisa muito ser considerada em todo o manejo terapêutico principalmente a adesão da família quanto ao processo de reinserção psíquico-social.

           Quanto à atuação do AT na adição, texto que será melhor explicitado no próximo artigo desta mesma revista, conforme ressaltam Reis Neto, Pinto & Oliveira:

“Finalmente, o sujeito adicto pode apresentar duas manifestações básicas: estar ou não interessado em abandonar as drogas. No caso de haver esse interesse, o AT pode funcionar como um apoio para que resista à tentação. Poder-se-ia dizer, porém, que, nesse caso, o AT é apenas um vigia, ou uma babá, mas não é bem assim: enquanto o AT oferece apoio, uma série de trocas significativas se estabelece entre ele e o sujeito, trocas que podem levar a modificação considerada benéfica para a cura, sob diversos pontos de vista teórico clínicos. A maior parte disso pode ser válida também no caso do sujeito adicto que não manifeste o desejo de abandonar a droga. Porém, como aconteceria em qualquer outra modalidade psicoterapêutica, nesse caso, haveria uma dificuldade a mais, qual seja, a de procurar criar no sujeito senão o desejo de abandonar a droga, pelo menos o desejo de se tratar, o que, de outra forma, tornaria vão todo o esforço terapêutico.”   (NETO, PINTO & OLIVEIRA, 2011)

       Ainda seguindo as palavras dos mesmos autores, o AT pode exercer um limite divisor ao uso de substância pelo acompanhado, quando este possui o desejo de não utilizá-las, sempre considerando a ética profissional de não forçar tratamento a quem não o deseja. De forma que seu trabalho precisa do respeito ao vínculo e confiança do acompanhado e da mediação com a família atendida.

         As práticas desses profissionais precisam ser problematizadas para que esse campo de trabalho viabilize novas constituições de sentido e experiências agregadas. Criando novos espaços, novos campos, novos conhecimentos em uma nova constituição de sujeito. Sabemos que em seus primeiros passos, o profissional tinha uma certa liberdade de atuar em terrenos que ninguém sabia como o processo de tratamento seria feito, entretanto atualmente essas concepções são ampliadas e melhor esquematizadas quanto a um trabalho conjunto e multidisciplinar e integrado com outros saberes. Citando Silva & Silva, temos novas funções do AT de acordo com as referências bibliográficas citadas pelos autores, em mundo com movimentos sociais e com uma consciência desperta, são elas:

“1. Na terapêutica para famílias (Teixeira; Dename; Balduino, 1991); 2. Na produção de documentários, filmes e curta-metragens (Sereno, 1997); 3. Em intervenções clínicas e reflexões éticas (Barretto, 1998); 4. Na constituição de “repúblicas” e casas de passagem (Cauchick, 2001); 5. Na implicação da escola na inclusão de alunos (Gavioli; Ranoya; Abbamonte, 2001); 6. Na inclusão de jovens que praticaram delitos (Almeida et al., 2003); 7. Na crítica às mídias e criação de sentidos do/no espaço urbano (Silva, 2003); 8. Em intervenções de “cunho social” (Pelliccioli; Guareschi; Bernardes, 2004); 9. Como dispositivo da reforma psiquiátrica (Cabral; Belloc, 2004); 10. Na criação de novos encontros entre instituições de saúde e usuários (Palombini, 2004).”     (SILVA & SILVA, 2006)

    Nessa visão, podemos pensar na postura imprescindível da entrada do A.T. em serviços públicos, de modo articulado com políticas públicas e projetos terapêuticos multidisciplinares e interdisciplinares pré-definidos da mesma forma que a precisão de sua  adesão aos Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), hospitais Dia e centros de reabilitação como um direito subsidiado para todos aqueles que tiverem essa demanda. (Palombini, 2004; Pelliccioli, 2003). No próximo artigo, discutiremos mais sobre essas dimensões clínico, político e sociais assim como a caracterização desse profissional. Delinearemos a postura ética que o AT precisa estar comprometido e ainda qual o perfil psicológico, competências, habilidades que esse profissional precisa possuir. Prontos para encaixar-se nesse novo campo de atuação? Aguardem o próximo artigo e descubram…

Referências Bibliográficas

MARCO, Mariana Nunes da Costa; CALAIS, Sandra Leal. Acompanhante terapêutico: caracterização da prática profissional na perspectiva da análise do comportamento. Rev. bras. ter. comport. cogn.,  São Paulo ,  v. 14, n. 3, p. 4-18, dez.  2012 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452012000300002&lng=pt&nrm=iso>. acesso em  05  set.  2020.

PITIA, Ana Celeste de Araújo; SANTOS, Manoel Antônio dos. O acompanhamento terapêutico como SILVA, Alex Sandro Tavares da; SILVA, Rosane Neves da. A emergência do acompanhamento terapêutico e as políticas de saúde mental. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 26, n. 2, p. 210-221,  June  2006 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932006000200005&lng=en&nrm=iso>. acesso em  05  Setembro.  2020.  https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000200005.

REIS NETO, Raymundo de Oliveira; TEIXEIRA PINTO, Ana Carolina; OLIVEIRA, Luiz Gustavo Azevedo. Acompanhamento terapêutico: história, clínica e saber. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 31, n. 1, p. 30-39,    2011 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932011000100004&lng=en&nrm=iso>. acesso em  05  Setembro  2020.  https://doi.org/10.1590/S1414-98932011000100004.

SIMÕES, C. H. D. A produção científica sobre o acompanhamento terapêutico no brasil de 1960 a 2003: uma análise crítica. Campinas, SP: [s.n.], 2005.estratégia de continência do sofrimento psíquico. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.),  Ribeirão Preto ,  v. 2, n. 2, ago.  2006 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762006000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  05  set.  2020.

https://www.holiste.com.br/o-papel-acompanhante-terapeutico/      acesso em 05 Setembro 2020

http://cadernodopsicologo.blogspot.com/2013/06/acompanhamento-terapeutico.html    acesso em 05 Stembro 2020

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